Quando tudo muda e você se sente sozinha… é aí que começa o verdadeiro reencontro

Existe uma fase da vida em que o espelho parece refletir mais do que apenas a imagem externa.
Ele mostra uma mulher que já viveu muito, mas que agora se sente perdida dentro do próprio
corpo. O que antes funcionava já não faz mais efeito. O treino não traz mais resultado, a
alimentação parece ineficaz, e o humor oscila como se você não estivesse no controle de si
mesma. Se você está na casa dos 40 (ou além), sabe exatamente do que estou falando.
Essa fase não é apenas física. É emocional, mental e profundamente solitária.
A verdade é que a gente ouve muito o discurso do “você precisa mudar seu estilo de vida”. Mas
ninguém te ensina como fazer isso no meio do caos cotidiano. Dizem que é preciso dormir
melhor, se alimentar direito, controlar o estresse, beber mais água, fazer exercício, meditar...
Tudo ao mesmo tempo. E de preferência: ontem.
Você até tenta. Faz planos. Organiza a rotina. Começa com gás.
E aí... a vida acontece. Te atropela.
O sentimento de fracasso chega como um tsunami. Você se sente incapaz, frustrada. E a cada
nova tentativa, parece que está mais longe da versão que gostaria de ser. O pior? É a solidão. A
sensação de estar vivendo tudo isso sem apoio, sem alguém que realmente entenda o que você
está passando. Que diga: “Ei, eu também já estive aí. E você não está sozinha.”
Eu entendo essa dor porque vivi tudo isso. Senti na pele. Cada frustração, cada tentativa falha,
cada vez que me olhava no espelho e não reconhecia quem estava ali.
Mas uma coisa mudou tudo para mim: ter com quem compartilhar essa caminhada. Alguém que
já trilhou esse caminho. Um grupo de mulheres que, mesmo em momentos difíceis, se estendem
a mão, vibram juntas a cada pequena vitória e se fortalecem mutuamente.
Lembro de uma viagem que fiz a Machu Picchu. Um caminho desafiador, cheio de obstáculos e
descobertas. Eu jamais teria chegado lá sem o guia que me acompanhava. E isso se aplica à
vida. Sem um guia, um apoio, uma referência... a gente se perde.
Você também não precisa percorrer essa jornada sozinha.
Há força na troca, na escuta, na partilha. Há cura em saber que outras mulheres estão vivendo
(ou viveram) exatamente o que você sente agora. E que é possível atravessar esse momento com
mais leveza, segurança e pertencimento.
Por isso, é tão importante encontrar espaços onde você possa ser ouvida, acolhida e,
principalmente, compreendida. Onde o julgamento dá lugar ao afeto, e o peso da mudança é
dividido com outras que carregam histórias parecidas com a sua.
Aos 40 (ou 50, ou 60...), mudar não é mais sobre estética ou vaidade. É sobre reencontro. É
sobre descobrir uma nova forma de existir no próprio corpo, com mais verdade, autonomia e
consciência.
Você não precisa fazer tudo sozinha. E mais do que isso: você não deve fazer tudo sozinha.
Caminhar ao lado de outras mulheres que vibram com suas vitórias, entendem suas quedas e
acolhem suas dúvidas pode ser o que faltava para que a mudança aconteça — de dentro pra
fora, no seu tempo, com mais amor e menos cobrança.
Porque ser mulher depois dos 40 não é o fim de nada. É o começo de uma versão ainda mais
poderosa de quem você já é. E essa versão merece suporte, afeto e pertencimento.

Artigo produzido por:
Célia Fellipelli
Os textos apresentados no "Blog B2Mamy" são de autoria da Comunidade. Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial e/ou a opinião da B2Mamy.

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