Quando tudo muda e você se sente sozinha… é aí que começa o verdadeiro reencontro

May 16 / Célia Fellipelli

Existe uma fase da vida em que o espelho parece refletir mais do que apenas a imagem externa. Ele mostra uma mulher que já viveu muito, mas que agora se sente perdida dentro do próprio corpo. O que antes funcionava já não faz mais efeito. O treino não traz mais resultado, a alimentação parece ineficaz, e o humor oscila como se você não estivesse no controle de si mesma. Se você está na casa dos 40 (ou além), sabe exatamente do que estou falando.

Essa fase não é apenas física. É emocional, mental e profundamente solitária.

A verdade é que a gente ouve muito o discurso do “você precisa mudar seu estilo de vida”. Mas ninguém te ensina como fazer isso no meio do caos cotidiano. Dizem que é preciso dormir melhor, se alimentar direito, controlar o estresse, beber mais água, fazer exercício, meditar... Tudo ao mesmo tempo. E de preferência: ontem.

Você até tenta. Faz planos. Organiza a rotina. Começa com gás. E aí... a vida acontece. Te atropela.

O sentimento de fracasso chega como um tsunami. Você se sente incapaz, frustrada. E a cada nova tentativa, parece que está mais longe da versão que gostaria de ser. O pior? É a solidão. A sensação de estar vivendo tudo isso sem apoio, sem alguém que realmente entenda o que você está passando. Que diga: “Ei, eu também já estive aí. E você não está sozinha.”

Eu entendo essa dor porque vivi tudo isso. Senti na pele. Cada frustração, cada tentativa falha, cada vez que me olhava no espelho e não reconhecia quem estava ali.

Mas uma coisa mudou tudo para mim: ter com quem compartilhar essa caminhada. Alguém que já trilhou esse caminho. Um grupo de mulheres que, mesmo em momentos difíceis, se estendem a mão, vibram juntas a cada pequena vitória e se fortalecem mutuamente.

Lembro de uma viagem que fiz a Machu Picchu. Um caminho desafiador, cheio de obstáculos e descobertas. Eu jamais teria chegado lá sem o guia que me acompanhava. E isso se aplica à vida. Sem um guia, um apoio, uma referência... a gente se perde.

Você também não precisa percorrer essa jornada sozinha.

Há força na troca, na escuta, na partilha. Há cura em saber que outras mulheres estão vivendo (ou viveram) exatamente o que você sente agora. E que é possível atravessar esse momento com mais leveza, segurança e pertencimento.

Por isso, é tão importante encontrar espaços onde você possa ser ouvida, acolhida e, principalmente, compreendida. Onde o julgamento dá lugar ao afeto, e o peso da mudança é dividido com outras que carregam histórias parecidas com a sua.

Aos 40 (ou 50, ou 60...), mudar não é mais sobre estética ou vaidade. É sobre reencontro. É sobre descobrir uma nova forma de existir no próprio corpo, com mais verdade, autonomia e consciência.

Você não precisa fazer tudo sozinha. E mais do que isso: você não deve fazer tudo sozinha.

Caminhar ao lado de outras mulheres que vibram com suas vitórias, entendem suas quedas e acolhem suas dúvidas pode ser o que faltava para que a mudança aconteça — de dentro pra fora, no seu tempo, com mais amor e menos cobrança.

Porque ser mulher depois dos 40 não é o fim de nada. É o começo de uma versão ainda mais poderosa de quem você já é. E essa versão merece suporte, afeto e pertencimento.


Artigo produzido por:

Célia Fellipelli

É Coach de Vida & Saúde, formada pelo Functional Medicine Coaching Academy, com especialização em Health & Wellness Coaching. Apaixonada por nutrição, está constantemente se aprofundando na área para oferecer um acompanhamento ainda mais completo. Com uma trajetória única que combina psicologia e gastronomia, Célia acredita no poder transformador da tríade mente, corpo e espírito para uma vida plena e equilibrada. No celiafellipelli.com, ela compartilha sua abordagem holística para a saúde, focada em autonomia alimentar, bem-estar e prazer à mesa, especialmente para mulheres 40+.

Os textos apresentados no "Blog B2Mamy" são de autoria da Comunidade. Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial e/ou a opinião da B2Mamy.

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